RTCT: radioterapia de crânio total; RCIR: radiocirurgia.
Evidências
Cirurgia e RTCT vs. RTCT
Patchell et al (1990) DOI: 10.1056/NEJM199002223220802
48 pacientes com metástase cerebral única foram randomizados para a remoção cirúrgica do tumor cerebral seguida de RTCT (grupo cirúrgico) ou biópsia de agulha e RTCT (grupo radiação).
25 pacientes no grupo cirúrgico e 23 no grupo da RT formaram os grupos de estudo.
A recorrência foi menos frequente no grupo cirúrgico do que no grupo RT (20% vs. 52%,cvp<0,02).
A sobrevida foi significativamente maior no grupo cirúrgico (p=0,01), e os pacientes tratados com cirurgia permaneceram funcionalmente independentes por mais tempo (p=0,005).
Vecth et al. (1993) DOI: 10.1002/ana.410330605
63 pacientes com metástase cerebral única foram randomizados para RTCT mais cirurgia ou radioterapia cerebral total apenas.
O tratamento combinado em comparação com a RTCT conduziu a uma sobrevida mais prolongada (p = 0,04).
Pacientes com progressão de doença extracraniana tiveram uma sobrevida global mediana de 5 meses e um FIS de 2,5 meses, independentemente do tratamento dado.
A melhora do estado funcional ocorreu mais rapidamente e por períodos mais longos de tempo após a excisão cirúrgica e a radioterapia, ao contrário de radioterapia isolada.
RCIR ou Cirugia vs. tratamento combinado
EORTC 22952 (Kocher et al. 2011) DOI: 10.1200/JCO.2010.30.1655
Os pacientes com 1 a 3 metástases cerebrais de tumores sólidos e performance status da WHO de 0 a 2 foram tratados com cirurgia completa ou RCR e divididos aleatoriamente para a RTCT adjuvante (30 Gy em 10 fracções) ou a observação (OBS).
Dos 359 pacientes, 199 foram submetidos a RCR e 160 foram submetidos a cirurgia. No grupo da RCR, 100 pacientes foram alocados para a OBS e 99 foram alocados para a RTCT. Após a cirurgia, 79 pacientes foram alocados para a OBS e 81 foram alocados para a RTCT adjuvante.
A sobrevida global foi semelhante para os braços RTCT e OBS (p = 0,89). ARTCT reduziu a taxa de recaída em 2 anos, tanto para recidivas locais (cirurgia, p < 0,001; RCR, p = 0,040) quanto para novos locais (cirurgia, 42% a 23%, p = 0,008; RCR, 48% de 33%, p = 0,023).
A progressão intracraniana causou a morte em 78 (44%) de 179 pacientes no braço OBS e em 50 (28%) de 180 doentes no braço RTCT.
RCIR + RTCT vs RTCT
RTOG 9508 (Andrew et al. 2004) DOI: 10.1016/S0140-6736(04)16250-8
Pacientes com 1 a 3 metástases cerebrais recém-diagnosticadas foram randomizados para a RTCT exclusiva ou para a RTCT seguida de RCR.
333 pacientes foram avaliados para RTCT e RCR e 164 foram submetidos a RTCT exclusiva.
A análise univariada mostrou que houve uma vantagem de sobrevida para RTCT e RCIR para pacientes com metástase cerebral única (p = 0,0393). Os pacientes do grupo multimodal eram mais propensos a ter, manter ou melhorar a pontuação na escala Karnofsky (KPS) com 6 meses de seguimento do que os pacientes alocados para RTCT exclusiva (43% vs. 27%, respectivamente, p=0,03).
RCIR VS. RCIR E RTCT
Aoyama et al (2006)
Ensaio clínico randomizado com 132 pacientes com 1a 4 metástases cerebrais, < 3 cm de diâmetro, aleatoriamente designados para receber RTCT e RCIR (65 pacientes) ou RCIR exclusiva (67 pacientes).
O tempo médio de sobrevida e a taxa de sobrevida em 1 ano foram de 7,5 meses e 38,5% no grupo RTCT e RCIR e de 8 meses e 28,4% para o grupo RCIR exclusiva (p = 0,42).
A taxa de recorrência do tumor cerebral em 1 ano foi de 46,8% para o grupo RTCT e RCIR e76,4% para o grupo RCIR exclusiva (p <0,001). O tratamento de resgate cerebral foi menos exigido no grupo combinado (n = 10) do que no RCIR exclusiva (n = 29) (p< 0,001). A taxa de mortandade atribuída a causas neurológicas foi de 22,8% nos pacientes do grupo combinado e de 19,3% nos grupos de RCIR exclusiva (p = 0,64).