Técnicas de Radioterapia e Efeitos Colaterais

Técnicas de Radioterapia

Simulação e posicionamento

  • Em geral, no planejamento o paciente é imobilizado com máscara termoplástica para garantir o posicionamento, menor erro de set-up e reprodutibilidade. Em seguida, os cortes da TC de simulação são obtidos a partir da abóbada do crânio à base do cérebro ou da primeira vértebra cervical, dependendo do local de origem do tumor, com espessura de 1-3 mm, após a aquisição das imagens da TC, elas são fundidas com as imagens de RM.

Delineamento dos volumes de tratamento e órgãos de risco

  • Quando a cirurgia não é realizada, todo tumor com qualquer sinal de invasão visível na TC, ou RM de crânio ao longo das meninges ou no osso deve ser englobado dentro do GTV. O CTV é criado pela adição de uma margem de 5 mm. Quando o tumor é operado, informações do neurocirurgião e do patologista devem ser levadas em conta na confecção dos volumes de tratamento. Imagens da RM fundidas com a TC para identificar os pontos de ligação com a dura-máter e quaisquer extensões intravasculares, as meninges ou envolvimento ósseo. Uma margem adicional (de 1 a 5 mm), que pode ser maior ou menor, conforme o grau do tumor, pode ser adicionada para englobar todo o sítio de doença microscópica, criando o PTV. Os órgãos em risco (OAR) são definidos de acordo com o local do tumor e um planning risk volume (PRV) pode ser criado e editado conforme o caso.

Técnica de RT

  • A técnica de IMRT pode produzir melhores resultados em comparação com a radioterapia convencional ou RT-3D, especialmente para as lesões localizadas perto de tecidos neurais críticos. Resultados de dosimétrico comparando as diferentes técnicas de radioterapia demonstraram o benefício de IMRT em termos de redução de dose nas estruturas críticas.

Dose de RT

  • A dose de radioterapia varia conforme o grau tumoral e o grau de ressecção. Para o tratamento adjuvante dos tumores classificados como grau I, uma dose de 50-54 Gy em frações de 1,8-2,0 Gy é utilizada.
  • Doses menores de 50 Gy estão associadas com recorrência aumentada.
  • Para os tumores grau II ou III, o aumento da dose para 54-59,4 Gy em fracções diárias de 1,8-2 Gy é recomendado.
  • A radiocirurgia pode ser utilizada em pacientes com meningiomas pequenos, ou residuais, em que a dimensão máxima do tumor não exceda 3,5 cm, e a distância entre o tumor e as estruturas críticas, tais como quiasma e do tronco cerebral, seja suficientemente grande (> 3 mm). Doses únicas que variam de >= 16 Gy, a depender da dose nas estruturas normais.

Dose de restrição (QUANTEC)

  • A dose limite do quiasma óptico é de 8 Gy/fração única. Dose no tronco cerebral é limitada a 12 Gy/fração única.
  • Quiasma óptico: <55 em frações <2-Gy e ≤ 8-12 Gy (dose pontual) em uma fração com RCIR.
  • Retina 45 Gy e nervo óptico <55 em frações <2-Gy e ≤ 8-12 Gy (dose pontual) em uma fração com RCIR.
  • Lentes 10 Gy e tronco encefálico 54 (todo tronco) 59 Gy em frações ≤ 2Gy (1-10 ml) 12,5 (dose pontual) em uma fração com RCIR.

Efeitos Colaterais

Agudos (dependentes da localização)

  • Fadiga, letargia, eritema e dor no couro cabeludo e alopecia
  • Otite externa e diminuição da audição
  • Piora de sintomas neurológicos (cefaleias, náuseas, convulsões e fraqueza)

Crônicos (dependentes da localização)

  • Déficit cognitivo, diminuição da memória e alterações comportamentais
  • Perda auditiva, catarata, olhos secos e diminuição do olfato

PACTO Radioterapia