Delineamento dos volumes de tratamento e órgãos de risco
- Os pacientes com LCR e RM pós-operatória negativas são mais bem tratados com campos limitados à fossa posterior. O volume de tratamento do campo limitado é mais bem definido usando-se as imagens pré e pós-operatórias, geralmente pela RM em T1 e ou FLAIR/T2. Áreas anatômicas tocadas pelo volume tumoral na RM pré-operatória mais as anormalidades de sinal pós-operatório devem ser incluídas no GTV. O CTV (GTV com margens de 1 cm) e o PTV com margens de 0,5 cm, a depender do erro de set-up e uso de IGRT.
- Para os pacientes que necessitam de RTX ao neuro-eixo, o volume de tratamento inicial deve incluir todo o cérebro e se estender até a borda inferior da terceira ou quarta vértebra cervical, para permitir uma margem adequada abaixo do tumor primário na fossa posterior. A coluna também deve ser incluída, estendendo-se da quarta ou quinta vértebra cervical até o quarto forame sacral.
- Esse campo é projetado para incluir todas as raízes nervosas sacrais. Após o volume de tratamento inicial receber a dose de 36 Gy, o volume é reduzido para cobrir o tumor primário. Usando a TC e fusão com a RM, o GTV para o tumor é delineado com base no volume de doença pré-operatória, junto com qualquer foco de doença residual após a cirurgia.
- Após o delineamento do GTV, podemos resumir os CTVs como:
CTV 36 Gy = medula ao nível da 3ª ou 4ª vértebras, estendendo-se até o forame sacral. CTV 54 Gy fossa posterior = GTV-tumoral (RM pré-tratamento) mais a margem de 1 cm. A margem do PTV varia de 3 a 5 mm de acordo com o erro de set-up de cada instituição.
- Os campos são projetados para englobar todo o cérebro e a coluna vertebral (CTV 36) e depois se reduzir à fossa posterior (CTV54).
- Os campos da fossa posterior podem ser levemente angulados com o intuito de se evitar o canal auditivo externo e a cóclea. O Multleaf (MLC) é usado para proteger os órgãos em risco (OAR).
- Múltiplos campos segmentados são utilizados para assegurar uma dose homogênea em toda a extensão da coluna vertebral e para se evitar a superdosagem em locais de junção entre os campos do crânio e coluna vertebral. Utilizando os campos segmentados, com pequenos GAPs, ou utilizando-se a técnica do IMRT, é possível evitar superdosagens nessas regiões. A utilização de feixes oblíquos posteriores ou IMRT, em vez de campos laterais opostos, é útil para o tratamento da fossa posterior, diminuindo a dose na cóclea.