O câncer do colo do útero pode ser detectado em sua fase inicial no Papanicolau anual. Testes de Papanicolau anuais são recomendados para mulheres sexualmente ativas e ou aquelas entre 21-70 anos de idade, conforme recomendações do Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia. No entanto, a doença avançada tem vários sintomas e a avaliação inicial deve ser feita conforme abaixo.
Doença avançada pode apresentar dor em flanco e/ou sintomas urinários e/ou retais.
É necessário exame pélvico completo usando um espéculo e exame bimanual para avaliar a extensão da doença para a parede pélvica lateral e a extensão vaginal.
Exames laboratoriais
Hemograma, bioquímica do sangue, as funções hepática e renal.
Fosfatase alcalina, lactato desidrogenase (LDH), e taxa de sedimentação de eritrócitos (ESR)
Estadiamento
O sistema de estadiamento da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Figo) para o câncer cervical foi revisto em 2009.
Este estadiamento é realizado com o uso de exame clínico (inspeção, palpação, colposcopia), exame endoscópico (cistoscopia e rectoscopia), exames radiológicos (urografia excretora, radiografia de tórax) e os resultados da biópsia. Embora a Figo não recomende a TC do abdômen e da pelve, RM de pelve e o PET/TC, eles são úteis para refinar o estadiamento e auxiliar no contorno dos volumes de tratamento radioterápico.
RM da pelve é recomendada para a avaliação da extensão da doença local. A RM tem demonstrado uma melhor definição da extensão da doença local, melhorando o estadiamento clínico.
RX de tórax é recomendado para excluir a doença pulmonar metastática.
Cintilografia óssea não é realizada rotineiramente para o estadiamento, a menos que indicada por elevação de fosfatase alcalina ou dor óssea.
PET/TC não é necessário. O uso atual do PET combinado com a TC aumentou a detecção da doença nodal para a doença localmente avançada > IB. A sensibilidade é de 75% e especificidade de 96% para a detecção de adenopatia pélvica, e a sensibilidade é de 100% e especificidade de 99% para a detecção de doença em para-aórticos.
Estadio I
Ia1 – A invasão do estroma em profundidade não excede 3 mm e não é maior que 7 mm de extensão.
Ia2 – A invasão do estroma mede entre 3 a 5 mm de profundidade e não excede os 7 mm de extensão.
Ib – Lesões clínicas limitadas ao colo do útero ou lesões pré-clínicas maiores que o estadio clínico Ia.
Ib1 – Lesões clínicas até 4 cm de tamanho.
Ib2 – Lesões clínicas maiores que 4 cm de tamanho.
Estadio II
Carcinoma estende-se além da cérvice, mas não atinge a parede pélvica.
O carcinoma pode envolver a vagina, mas não até o seu terço inferior.
IIa – Envolvimento não evidente do paramétrio. Não invade terço inferior da vagina.
IIa1 – Lesões clínicas até 4 cm de tamanho.
IIa2 – Lesões clínicas maiores que 4 cm de tamanho.
IIb – Envolvimento do paramétrio evidente, porém não atingindo a parede pélvica.
Estadio III
Carcinoma estende-se à parede pélvica.
Ao toque retal não há espaço livre entre o tumor e a parede pélvica. O tumor pode envolver o terço inferior da vagina. Todos os carcinomas com hidronefrose ou exclusão renal se incluem nesse estadio.
IIIa – Não há extensão à parede pélvica, porém envolve o terço inferior da vagina.
IIIb – Extensão à parede pélvica e/ou hidronefrose ou exclusão renal. Obs.: Deve ser considerado IIIb se o paramétrio for nodular/tumoral até a parede pélvica ou se houver extensão direta tumoral.
Estadio IV
O carcinoma estende-se além da pelve verdadeira, ou clinicamente, envolve a mucosa da bexiga ou reto. O edema bolhoso (mucosa vesical) não permite classificar o caso de estadio IV.
IVa – O tumor estende-se aos órgãos adjacentes (bexiga ou reto).
IVb – Metástases a distância (inclui linfonodos inguinais e periaórticos).