Diagnóstico e Estadiamento

Diagnóstico

  • Após o diagnóstico do câncer, o paciente deve ser clinicamente estadiado pelo exame físico e exames radiológicos, geralmente por TC ou RM e/ou ultrassom endoscópico (USE) e/ou PET-CT.

História e exame físico

  • O exame físico raramente confirma o diagnóstico de câncer pancreático localizado. Na doença avançada, podem ser encontrados nódulos linfáticos palpáveis, hepatomegalia (metástases), esplenomegalia (obstrução da veia porta), vesícula biliar palpável (sinal de Courvoisier), ascite ou massa abdominal.

Exames laboratoriais

  • Testes laboratoriais devem incluir um hemograma completo, bioquímica básica do sangue, teste de função hepática, função renal, fosfatase alcalina, lactato desidrogenase (DHL) e bilirrubina.
  • CA 19-9 (determinante antigênico soro de carboidratos) é um marcador tumoral que muitas vezes está elevado em pacientes com câncer de pâncreas. O intervalo de referência de CA 19-9 é inferior a 33-37 U/mL. É mais confiável em pacientes com doença mais avançada (sensibilidade de 92% e especificidade de 73%).

Estudo de imagens

  • TC de tórax, abdômen e pelve deve ser obtida para o diagnóstico e avaliação da extensão da doença. A TC é útil na identificação do envolvimento da artéria mesentérica pela doença e, portanto, define sua ressecabilidade (veja critério de ressecabilidade abaixo). A TC também é útil na identificação de metástases a distância.
  • Ecografia endoscópica é útil na avaliação de lesões pequenas do pâncreas, determinando invasão vascular local e obtenção de biópsia. Além disso, o USE pode também localizar metástases linfáticas.
  • PET/TC pode ser útil na diferenciação entre lesões benignas e malignas (sensibilidade de 71%-100% e especificidade de 64%-90%) e na diferenciação de lesões metastáticas apontadas por outros exames.
  • A confirmação histológica nos pacientes com doença irressecável é fundamental para orientação do tratamento. Os pacientes considerados para cirurgia podem ter o diagnóstico intraoperatório da doença. Biópsia guiada por agulha, seja por TC ou US, está indicada nos casos não cirúrgicos, ou que serão submetidos a tratamento neoadjuvante.

Estadiamento

Tumor primário (T)

  • TX Tumor primário não pode ser avaliado
  • T0 Não há evidência de tumor primário
  • Tis Carcinoma in situ
  • T1 Tumor limitado ao pâncreas, 2 cm ou menos em sua maior dimensão
  • T2 Tumor limitado ao pâncreas, mais de 2 cm na sua maior dimensão
  • T3 Tumor se estende para além do pâncreas, mas sem envolvimento do eixo celíaco ou artéria mesentérica superior
  • T4 Tumor envolve o eixo celíaco ou artéria mesentérica superior (tumor primário não ressecável)

Linfonodos regionais (N)

  • NX Linfonodos regionais não podem ser avaliados
  • N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais
  • N1 Metástase em linfonodo regional

Metástases a distância (M)

  • MX Metástases a distância não podem ser avaliadas
  • M0 Sem metástases a distância
  • M1 Metástases à distância

Agrupamento

  • 0: Tis N0 M0
  • IA: T1 N0 M0
  • IB: T2 N0 M0
  • IIA: T3 N0 M0
  • IIB: T1 N1 M0, T2 N1 M0, T3 N1 M0
  • III: T4 Qualquer N M0
  • IV: Qualquer T Qualquer N M1