Estádio II a IV

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A quimioterapia neoadjuvante pode beneficiar os pacientes com câncer de bexiga músculo invasivo (pT2-pT4).

Um estudo de fase III (Kitamura H, et al. Ann Oncol 2014 Jun; 25 (6): 1192), envolvendo 130 pacientes com câncer de bexiga músculo invasivo, foram randomizados para MVAC neoadjuvante seguidos de cistectomia radical versus cistectomia radical isolada. Após um follow-up mediano de 55 meses, os resultados para quimioterapia neoadjuvante + cistectomia radical versus cistectomia radical isolada foram:

  • Sobrevida global: 102 meses versus 82 meses (p = 0,07);
  • Sobrevida livre de progressão: 99 meses versus 78 meses (p = 0,054).

O benefício e a toxicidade do esquema MVAC foram também demonstrados no estudo INT-0080 (Grossman HB, et al. N Engl J Med. 2003;349(9):859), que randomizou 307 pacientes com câncer de bexiga músculo invasivo, T2 a T4a. Os pacientes foram randomizados para receber 3 ciclos de MVAC neoadjuvante + cistectomia radical ou cirurgia isolada. Os resultados para QT neoadjuvante e cirurgia isolada foram:

  • Taxa de pCR: 38 versus 15% (p < 0,001);
  • Sobrevida global: 77 versus 46 meses;
  • Sobrevida em cinco anos: 57 versus 43% (p = 0,06).

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Quimioterapia adjuvante com GC ou MVAC tem benefício para pacientes com câncer de bexiga músculo invasiva, pT3-pT4 e/ou pN+.

  • O estudo do EORTC Intergroup trial 30994 (Sternberg CN, et al. Lancet Oncol. 2015;16(1):76), o maior e mais recente estudo, avaliou quimioterapia adjuvante em pacientes com câncer de bexiga músculo invasiva. Os pacientes foram randomizados para quatro ciclos de quimioterapia adjuvante (tratamento imediato) ou observação. Os regimes de quimioterapia adjuvante utilizados nesse estudo foram GC e MVAC. Foram randomizados 284 pacientes, após um seguimento mediano de sete anos, os resultados para QT adjuvante e observação foram:
  • Sobrevida livre de progressão em cinco anos: 47,6 versus 31,8% (HR 0,54; IC 95% 0,40-0,73);
  • Sobrevida global em 5 anos: 53,6 versus 47,7% (HR 0,78; IC 95%: 0,56-1,08);
  • Outro estudo envolveu 142 pacientes pT3-4 e/ou pN+, avaliou PCG versus observação (J Clin Oncol 28:abstr LBA4518, 2010) e demonstrou:
  • Sobrevida global em 5 anos: 60% vs. 31% (p < 0,0009).

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MVAC aumentou a sobrevida global de pacientes com carcinoma urotelial metastático em comparação com cisplatina isolada.

Um estudo envolvendo 269 pacientes com carcinoma urotelial metastático randomizou os pacientes para receberem MVAC ou cisplatina isolada (Loehrer PJ, et al. J Clin Oncol. 1992;10(7):1066). Os resultados para MVAC e cisplatina foram respectivamente:

  • Taxa de resposta: 39 vs. 12% (p = 0,0001);
  • Sobrevida livre de progressão: 10 vs. 4 meses;
  • Sobrevida global: 12,5 vs. 8,2 meses (p = 0,0002).

A combinação de gencitabina mais cisplatina (GC) tem eficácia semelhante e menor toxicidade em comparação com MVAC.

  • Estudo de fase III, envolvendo 405 pacientes com câncer de bexiga metastático, foram randomizados para receber GC ou MVAC (von der Maase H, et al. J Clin Oncol. 2005;23(21):4602.). Os resultados encontrados para MVAC e GC foram respectivamente:
  • Taxa de resposta: 49 vs. 46%;
  • Sobrevida livre de progressão: 7 vs. 7 meses;
  • Sobrevida global: 14 vs. 15 meses;
  • Sobrevida global em 5 anos: 13 vs. 15%;
  • Toxicidade graus 3 e 4: neutropenia (82 vs. 71%), neutropenia febril (14 vs. 2%) e mucosite (22 vs. 1%).

A combinação de paclitaxel, gencitabina e cisplatina (PGC) é opção de tratamento para pacientes com carcinoma urotelial metastático, primário de bexiga, jovens e bom performance status.

O estudo EORTC 30987 (Bellmunt J, et al. J Clin Oncol. 2012;30(10):1107) envolveu 626 pacientes com carcinoma urotelial avançado que foram randomizados para tratamento com GC ou PGC. Os resultados finais para GC e PCG, após um seguimento mediano de 4,6 anos, foram:

  • Taxa de resposta: 56 vs. 44% (p = 0,003);
  • Sobrevida livre de progressão: 8,3 vs. 7,6 meses (HR 0,87; IC 95% 0,74-1,03);
  • Sobrevida global: 16 vs. 13 meses (HR 0,85; IC 95% 0,72-1,02);
  • Toxicidade grave, graus 3 e 4: neutropenia (65 vs. 51%), fadiga (15 vs. 11%) e infecções (18 vs. 14%);
  • Considerando apenas os pacientes com câncer primário de bexiga, o esquema PGC foi associado a melhor sobrevida global em comparação com CG (16 vs. 12 meses, HR 0,80; IC 95% 0,66-0,97).

Carboplatina associada a gencitabina é uma opção de tratamento para os pacientes com câncer de bexiga metastático e inelegíveis para receber cisplatina.

Um estudo de fase II/III com pacientes inelegíveis a cisplatina, EORTC 30986 (De Santis M et al. J Clin Oncol, 2012:30;191-199), com 238 pacientes e seguimento de 4,5 anos, avaliou gencitabina + carboplatina versus M-VAC, o objetivo primário era sobrevida global:

  • Não houve diferença de sobrevida global: 9,3 vs. 8,1 meses (p = 0,64);
  • Não houve diferença de sobrevida livre de progressão (p = 0,78);
  • Maior taxa de resposta para GC: 41,2% vs. 30,3% (p = 0,08);
  • Menor toxicidade aguda severa para GC: 9,3% vs. 21,2%.

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A vinflunina aumentou a taxa de resposta em relação a terapia de suporte em pacientes com câncer de bexiga avançado que falharam com a terapia padrão baseada em platina.

Estudo de fase III com 370 pacientes previamente tratados foram randomizados para vinflunina ou suporte clínico (Bellmunt J, et al. J Clin Oncol. 2009;27(27):4454). Os resultados respectivos para vinflunina e terapia de suporte foram:

  • Taxa de resposta: 9 vs. 0%;
  • Sobrevida global: 6,9 vs. 4,6 meses (HR 0,88; IC 95% 0,69-1,12).

Pacto Oncologia Clínica