Condutas e Evidências

Condutas

Evidências

Doença inicial

RT exclusiva – Palato mole

Chera et al (2008). DOI: 10.1002/hed.20848

  • 145 pacientes tratados com intenção curativa foram incluídos. Seguimento foi ≥ 2 anos.
  • As taxas de controle local em 5 anos foram: T1, 90%; T2, 91%; T3, 67% e T4, 57%. As taxas de controle ganglionar em 5 anos foram: N0, 90%; N1, 82%; N2, 68% e N3, 71%.
  • A melhor taxa de controle locorregional em 5 anos foi: estadio I, 89%; estadio II, 88%; estadio III, 96%; estadio IVA, 63% e estadio IVB, 43%.
  • Na análise multivariada, o tempo total do tratamento afetou significativamente o controle locorregional, e o estadiamento ganglionar afetou significativamente a sobrevida global.
  • A taxa de sobrevida global em 5 anos foi de 44%. A taxa de sobrevida por causa específica em 5 anos foi de 73%.

Erka et al (2001). PMID: 11380222

  • Foram incluídos 107 pacientes tratados com radioterapia exclusiva ou seguida por esvaziamento. Todos os pacientes tiveram acompanhamento por pelo menos 2 anos.
  • Taxas de controle local em 5 anos foram de 86% para T1, 91% para T2, 67% para T3 e 36% para carcinomas T4. Em análise multivariada, o estadiamento – T e o tempo de tratamento alteraram de forma significativa o controle local.
  • Taxas de controle ganglionar em 5 anos foram de 86 % para N0, de 76% para N1, 61% para N2 e 67% para carcinomas N3.
  • As melhores taxas locorregionais de controle em 5 anos foram de 90% para estadio I, 92% para estadio II, 84% para estadio III e 60% para estadio IV.
  • A taxa de sobrevida global em 5 anos foi de 42% para todos os pacientes.

RT exclusiva – Câncer amígdala

Charbonneau et al (2006). PMID: 17176797

  • 164 pacientes foram tratados por CEC de amígdala. Todos os pacientes realizaram tratamento com radioterapia curativa. Nenhum deles foi submetido à tratamento cirúrgico como inicial.
  • O seguimento médio foi de 4,2 anos para todos os pacientes e de 5,4 anos para os pacientes sobreviventes. A taxa global para o controle locorregional foi de: 72% em 5 anos.
  • Considerando as categorias T e N do estadiamento, o controle local e as taxas de controle locorregionais em 5 anos foram de: T1, 82%; T2, 74%; T3, 66%; T4, 65%; N0, 77%; N1, 83%; N2, 65% e N3, 38%. A taxa da sobrevida global em 5 anos foi de 57%.
  • Considerando as categorias T e N do estadiamento, o controle local e as taxas de controle locorregionais em 5 anos foram de T1, 62%; T2, 67%; T3, 45%; T4, 22%; N0, 63%; N1, 70%; N2, 46% e N3, 32%.

Mendenhall et al. (2006). DOI: 10.1097/01.coc.0000209510.19360.f9

  • 503 pacientes foram analisados de forma retrospectiva com os seguintes tratamentos: 57 pacientes realizaram radioterapia associada com esvaziamento cervical planejado; 18 com quimioterapia de indução e 39 pacientes receberam quimioterapia concomitante.
  • A taxa de controle local em 5 anos foi: T1, 88%; T2, 84%; T3, 78% e T4, 61%. Análises multivariadas revelaram que o controle local foi significamente influenciado pelo T, sítio primário, e pelo fracionamento.
  • O controle local após RT para câncer em estadio inicial foi maior para os da fossa tonsilar e para os tumores do pilar posterior do que para aqueles localizados no pilar amigdaliano anterior.
  • As taxas de sobrevida por causas específicas em 5 anos foram: I, 100%; II, 86%; III, 84%; IVA, 73% e IVB, 46%.

RT exclusiva – Base da língua

Zhen et al (2004). DOI: 10.1002/hed.20064

  • 188 casos foram extraídos do National Cancer Data Base (NCDB).
  • Taxas de sobrevida observada em 5 anos e taxas de sobrevida de doenças específicas foram 27,8% e 40,3%, respectivamente.
  • A pior sobrevida foi significativamente associada com idade avançada, baixa renda e em estadio avançado da doença.
  • Para doença em estadio inicial, a cirurgia com ou sem radioterapia teve maior sobrevida do que a radioterapia exclusiva. Para doença avançada, a cirurgia com radioterapia teve maior taxa de sobrevida.
  • As taxas de sobrevida foram baixas para carcinomas espinocelulares da base de língua, com a maioria das mortes ocorrendo nos primeiros 2 anos. Renda, estadio e idade foram fatores prognósticos significantes.

RTQT convencional vs. acelerada

RTOG 0129 (Nguyen-Tan et al. 2014). DOI: 10.1200 / JCO.2014.55.3925

  • 721pacientes com câncer da cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe foram analisados (361, RTQT fração convencional, 360, RTQT com fracionamento acelerado). Com seguimento médio de 7,9 anos, não foram observadas diferenças na sobrevida global (p= 0,37); sobrevida livre de progressão (p = 0,52) ou metástase a distância (p= 0,16). Para o câncer de orofaringe, os pacientes com p-16 (+) apresentaram melhor sobrevida global (p <0,001). Não houve diferenças estatisticamente significativas nas toxicidades aguda ou tardia de grau 3-5 entre os dois braços e p-16.

Doença avançada

RTQT exclusiva

MACH (Pignon et al.2009) DOI: 10.1016/j.radonc.2009.04.014

  • Metanálise de 93 estudos fase III com 16.485 pacientes avaliou a associação de QT à RT vs. RT exclusiva. Um benefício de 4,5% na sobrevida global em 5 anos foi observado quando a QT foi acrescentada à radioterapia, com maior benefício para RTQT concomitante vs. QT de indução seguida por RT (6,5% na sobrevida global com RTQT concomitante).
  • Os resultados foram similares nos estudos com radioterapia convencional e radioterapia com fracionamento alterado.
  • Não houve diferenças entre esquemas de mono ou poliquimioterapia, mas houve melhor benefício com esquemas com cisplatina.

RTQT convencional vs. acelerada

RTOG 0129 (Nguyen-Tan et al. 2014). DOI: 10.1200 / JCO.2014.55.3925

  • 721pacientes com câncer da cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe foram analisados (361, RTQT fração convencional, 360, RTQT com fracionamento acelerado). Com seguimento médio de 7,9 anos, não foram observadas diferenças na sobrevida global (p= 0,37); sobrevida livre de progressão (p = 0,52) ou metástase a distância (p= 0,16). Para o câncer de orofaringe, os pacientes com p-16 (+) apresentaram melhor sobrevida global (p <0,001). Não houve diferenças estatisticamente significativas nas toxicidades aguda ou tardia de grau 3-5 entre os dois braços e p-16.

QT de indução vs. RTQT

PARADIGM (Haddad et al. 2014) DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S1470-2045(13)70011-1

  • Os pacientes foram randomizados (em uma proporção de 1:1) para receber QT de indução com três ciclos de TPF, seguida de RTQT concomitante com docetaxel ou carboplatina ou RTQT simultânea com dois ciclos em bólus de cisplatina,145 pacientes; Após um seguimento médio de 49 meses, 41 pacientes morreram – 20 na QT de indução, seguida de RTQT, e 21 no grupo de RTQT concomitante. A sobrevida global em 3 anos foi de 73% vs. 78% (p = 0,77). Mais pacientes tiveram neutropenia febril na QT de indução (16 pacientes) do que no grupo com RTQT isolada (um paciente).

DECIDE (Cohen et al. 2014) DOI: 10.1200 / JCO.2013.54.6309

  • Pacientes com câncer de cabeça e pescoço N2-3 não metastático foram aleatoriamente distribuídos para receber RT + QT ou QT de indução com docetaxel 75 mg/m² no dia 1º, cisplatina 75 mg/m² no dia 1º e 5/FU 750 mg/m² nos dias 1º-5), seguida pelo mesmo esquema de RT + QT.
  • 285 pacientes foram distribuídos aleatoriamente. As toxicidades de grau 3 a 4 mais comuns durante a QT de indução foram neutropenia febril (11%) e mucosite (9%); Com seguimento mínimo de 30 meses, não houve diferenças estatisticamente significativas para SG (HR, 0,91; IC 95%, 0,59 a 1,41), sobrevida livre de recorrência ou de metástases.

RT pós-operatória

EORTC 22931 (Bernier et al. 2004)

  • 334 pacientes com doença operável da cavidade oral, orofaringe, laringe e hipofaringe, com estadio III-IV, foram randomizados para RT pós-op. (2-66 Gy) vs. RTQT pós-op. (2-66 Gy e cisplatina 100 mg/m² nos dias 1º, 22, 43).
  • Todos os pacientes receberam 44 Gy para área cervical de baixo risco. Os critérios de inclusão foram para estadiamentos pT3-4 N0 / +, T1- 2 N2 -3, e T1- 2 N0-1 com extensão extracapsular + margem ou invasão perineural.
  • RTQT melhorou a sobrevida livre de doença em 5 anos (59% vs. 47%), sobrevida global em 5 anos (65% e 53%) e controle locorregional em 5 anos (82%), mas aumentou o grau de toxidade 3-4 (21% e 41%).

RTOG 95–01 (Cooper et al. 2004) 10.1016/j.ijrobp.2012.05.008

  • 459 pacientes com câncer operável da cavidade oral, orofaringe, laringe ou hipofaringe que tinham dois ou mais linfonodos envolvidos, extensão extracapsular ou + margem foram randomizados para RT pós-op. (2/60-66 Gy) vs. Quimio-RT pós-op. (2/60-66 Gy e cisplatina × 3 c).
  • Quimio-RT melhorou a sobrevida livre de doença em 2 anos (43% vs. 54%), controle locorregional (72% vs. 82%) e apresentou tendência de aumento da sobrevida global (57% e 63%) com aumento do grau de toxidade 3-4 (34% e 77%).

Pooled RTOG/EORTC analysis (Bernier 2005) DOI: 10.1002/hed.20279

  • RTQT apresentou tendência (p> 0,06) de aumento das taxas de sobrevida global, sobrevida livre de doença e recidiva locorregional para extenção extracapsular e/ou + margens para os estadios III-IV, comprometimento perineural e envolvimento linfovascular e/ou gânglios aumentados nos níveis IV-V não foram significativos.

PACTO Radioterapia