Condutas e Evidências

Condutas

  • Pacientes sem fatores de risco; Estadio I – invasão linfática, invasão das redes testis ou T < 4 cm.

Tratamento Adjuvante ECII
Classen et al. (2003) DOI: 10.1200/JCO.2003.06.065

  • Pacientes portadores de seminoma estadios IIA/IIB (classificação do Royal Marsden) foram selecionados para o estudo. Radioterapia foi realizada abrangendo os gânglios para-aórticos e os gânglios ilíacos altos ipsilaterais. A dose total foi de 30 Gy para o estadio IIA e 36 Gy para o estadio IIB.
  • 94 foram incluídos neste estudo. Tempo de seguimento médio foi de 70 meses. Havia 66 com estAdio IIA e 21 com estadio IIB.
  • Sobrevida atuarial livre de recidiva em 6 anos foi de 95,3% (intervalo de confiança de 95% [CI], 88,9% a 100%) e 88,9% (95% CI, 74,4% a 100%) para os grupos do estadiamento IIA e IIB, respectivamente.
  • Efeitos máximos secundários agudos foi de 8% grau 3 para náuseas no estadio IIA e 10% grau 3 para diarreia e náuseas nos estadios IIB. Toxicidade tardia não foi observada.

Institut Gustave Roussy (Domont et al. 2013) DOI: 10.1016/j. urolonc.2011.04.004

  • Estudo prospectivo, não randomizado avaliou a indicação de RT para pacientes IIA-B com tamanho tumoral < = 3 cm e QT para seminoma IIB-C com tamanho tumoral > 3 cm.
  • O estudo inclui 67 pts: 5 IIA, 31 IIB, 31 IIC. RT dada a 37 pts (5/5 IIA, 28/31 IIB, 4/31 IIC). QT administrada em 30 pts (3 IIB, 27 IIC).
  • Ocorreram 19 recidivas (28%), 11 com RT (30%) e 8 com quimioterapia (27%). A sobrevida livre de progressão foi de 71%. O resgate com QT foi possível em 16 de 19 pacientes, resultando em uma sobrevida global de 97% em 5 anos.

International Germ Cell Consensus

  • Grupos cooperativos de 10 países forneceram dados clínicos de pacientes com diagnóstico GCT metastático tratados com quimioterapia contendo cisplatina. Foi realizada análise multivariada de fatores prognósticos para a progressão e sobrevida.
  • 202 pacientes com diagnóstico de tumores de testículo não seminomatosos GCT (NSGCT) e 660 pacientes com seminoma tiveram seus dados avaliados.
  • Tempo médio de seguimento foi de 5 anos. Para os seminomas, o fator adverso predominante foi a presença de metástases viscerais não pulmonares, tais como o fígado, ossos e cérebro. Integração desses fatores produziu os seguintes agrupamentos:
  • Bom prognóstico, compreendendo 60% do TCG com 91% (89% a 93%) de taxa de sobrevida em 5 anos;
  • Prognóstico intermediário, compreendendo 26% do TGC com 79% (75% a 83%) taxa de sobrevida em 5 anos.
  • Mau prognóstico, representando 14% do TGC (todos com TGCNS), com uma taxa de sobrevida de 48% (42% a 54%) em 5 anos.

Evidências

Vigilância ativa
British Columbia (Kollmannsberger et al. 2015) DOI: 10.1200/JCO.2014.56.2116

  • Estudo retrospectivo com 2.483 pacientes com tumores germinativos (TCG) com estadio clínico I (1.344 seminomas e 1.139 não seminomas) geridos com vigilância ativa.
  • A maioria das recidivas ocorreram após dois anos do término do tratamento. Com um seguimento de 15 anos, a taxa de recaída foi de 13% para os seminomas e 19% para os não seminomas, com apenas 6 A sobrevida câncer específica é de 99,7%. A taxa de recidiva foi elevada em pacientes com a presença de invasão linfática, sendo considerada um fator de risco para a vigilância ativa.

Campo de RT
MRC (Fosså et al. 1999) DOI: 10.1200/JCO.1999.17.4.1146

  • 478 homens com diagnóstico de seminoma do testículo estadio I (T1 ao T3) sem abordagem cirúrgica inguino-escrotal antes da orquiectomia foram randomizados para RT para-aórtica (236 pacientes) ou para RT em Dog Leg (242 pacientes).
  • O tempo de seguimento médio foi de 4,5 anos. A taxa de sobrevida livre de recidiva em três anos foi de 96% após a radioterapia para-aórtica e 96,6% após Dog Leg. Sobrevida em 3 anos foi de 99,3% para para-aórtico e 100% para a radioterapia Dog Leg.
  • A toxicidade aguda (náuseas, vômitos e leucopenia) foi menos frequente e menos pronunciada em pacientes no braço para-aórtico. As contagens de esperma foram significativamente maiores após a para-aórtica do que após a irradiação dog leg.

Dose de RT
MRC TE18 (Jones et al. 2005) DOI: 10.1200/JCO.2005.08.003

  • Os pacientes foram randomizados para dose total de 20 Gy/10 frações em 2 semanas ou dose total de 30 Gy/15 frações.
  • 625 pacientes foram randomizados para o tratamento. Com média de seguimento meses, ocorreram 10 recidivas para o grupo de 20 Gy e de 11 recidivas para o grupo de 30 Gy.
  • A diferença absoluta nas taxas de recidiva em dois anos foi de 0,7%. Apenas um paciente morreu em decorrência do seminoma (alocado no grupo de tratamento de 20 Gy).

QT vs. RT
MRC TE19 (Oliver et al. 2011) DOI: 10.1200/JCO.2009.26.4655

  • Pacientes foram randomizados em uma proporção de 3 para 5 (carboplatina, n = 573; RT, n = 904).
  • Taxa livre de recidiva em 5 anos foram de 94,7% carboplatina e de 96% para RT.
  • Ocorreu uma morte por seminoma (no braço RT). Os pacientes que receberam pelo menos 99% da dose de 7 × AUC (area under the concentration curve) tinham taxa livre de recidiva em 5 anos de 96,1%, comparada com 92,6% com aqueles que receberam doses mais baixas (P = 0,08). Taxa livre de recidiva em 5 anos foi de 94,7% para carboplatina e 96% para RT.