Técnicas de Radioterapia e Efeitos Colaterais

Técnicas de Radioterapia

Simulação e posicionamento

  • Para a simulação de tratamento recomenda-se o uso de TC de simulação. Na TC de simulação o paciente pode ser posicionado em decúbito dorsal com os braços ao lado do corpo, se não forem usados feixes laterais ou oblíquos. Quando feixes laterais ou oblíquos forem utilizados, os pacientes devem ser planejados e tratados em decúbito dorsal com os braços acima da cabeça, de preferência sendo imobilizados com um saco de vácuo, tipo vac-fix. Os cortes de TC com 3-5 mm de espessura são obtidos a partir do osso hioide até a margem inferior dos rins com contraste intravenoso, se possível.
  • Para os tumores do esôfago cervical, uma máscara termoplástica ou deve ser usada, do mesmo modo que para tumores da cabeça e pescoço. O GTV é definido a partir de informações endoscópicas e pela TC. O contraste oral com bário pode ser usado para determinar a extensão superior do tumor na fluoroscopia.

Delineamento dos volumes de tratamento e órgãos em risco

  • A extensão superior e inferior do GTV é definida pelo volume de doença visto nos exames de diagnóstico e na tomografia de planejamento associada a informações do ultrassom endoscópico ou PET. Se essas duas modalidades forem discordantes, o GTV deve abranger a maior extensão aparente do tumor, superiormente e inferiormente a partir de todos os exames disponíveis. O CTV é então produzido através da expansão do GTV longitudinalmente com 3 cm e 1 cm. O PTV é gerado adicionando uma margem de 0.5 cm-1cm dependendo do uso de IGRT ou não.
  • A irradiação eletiva linfonodal pode ser recomendada em alguns casos, como descrito: esôfago cervical – considere os linfonodos da fossa supraclavicular e cervicais altos, principalmente se N1. Esôfago torácico alto – considere a inclusão dos linfonodos paraesofágicos e fossa supraclavicular. Esôfago torácico médio – considere a inclusão dos linfonodos paraesofágicos. Esôfago inferior – considere a inclusão da pequena curvatura e tronco celíaco.

Técnica de RT

  • Radioterapia de intensidade modulada (IMRT) pode melhorar a conformalidade da distribuição de dose, poupando as estruturas normais adjacentes, como pulmões, coração e medula espinhal.

Dose de RT

  • RT pré-operatória: Radioterapia externa com uma dose total de 50,4 Gy com 1,8Gy/fração, em combinação com a cisplatina + 5-FU concomitante, ou 41.4 Gy em 23 frações de 1.8 Gy combinado a carboplatina e paclitaxel.
  • RT exclusiva: Dose total de 50- 50,4 Gy com 1,8-2 Gy/fração, em combinação com a cisplatina + 5-FU concomitante.
  • RT pós-operatória: Dose total de 45- 50,4 Gy com 1,8-2 Gy/fração, em combinação ou não com quimioterapia concomitante.

Doses de restrições

Efeitos Colaterais

  • Mucosite. A mucosite é o sintoma predominante em doentes submetidos a radioterapia por câncer de esôfago. Assim, durante o curso de radioterapia os pacientes dever ser geridos de forma proativa com analgesia e aconselhamento dietético. Dor associada ao desenvolvimento de mucosite ou esofagite deve ser gerida com analgésicos comuns, no caso de sintomas leves, e com uso de corticosteroides nos casos mais intensos.
  • Hiporexia/perda de peso. A administração de suplementos hipercalóricos e hiperproteícos deve ser recomendada, uma vez que esses pacientes necessitam de uma ingestão oral adequada. Por outro lado, aos pacientes com disfagia severa recomenda-se a realização de gastrostomia profilática, com o intuito de se manter o aporte calórico. Além disso, os pacientes devem ser pesados e avaliados semanalmente durante todo o tratamento.
  • Náuseas e vômitos. Os pacientes em tratamento combinado com quimioterapia à base de cisplatina experimentarão náuseas e vômitos. Dessa forma, orienta-se o o uso de antieméticos profiláticos (antagonista de 5-HT). Nos pacientes recebendo quimioterapia, hemograma e exames bioquímicos são necessários para possíveis correções de qualquer distúrbio.