O tratamento deve ser planejado com a tomografia computadorizada (TC). O paciente deve ser simulado em decúbito dorsal. Contraste oral é usado para delinear intestino delgado na TC. Toda doença palpável na margem anal ou gânglios linfáticos pode ser marcada com material rádio-opaco para identificação do tumor em tomografias. A TC deve ser feita de L5/S1 superiormente até o terço proximal do fêmur com corte de 3mm de espessura.
A extensão da lesão no canal anal pode ser difícil de determinar nas imagens de planejamento da TC. Assim, faz-se necessário o uso de informações clínicas sobre o tamanho do tumor, o seu comprimento e a distância do limite inferior da margem anal para determinar o GTV. Ressonância magnética pode também ajudar a mostrar a extensão do tumor em três dimensões e pode ser fundida com a TC de planejamento para um melhor delineamento do tumor. O PET/CT é útil na definição do tumor e linfonodos para a realização do tratamento.
Delineamento dos volumes de tratamento e órgãos em risco
Recomendamos o atlas anorretal do RTOG (rtog.org) para mais de talhes sobre o delineamento dos volumes de tratamento.
O tratamento pode ser dividido em duas fases. Na primeira fase, o volume alvo inclui todo o tumor primário macroscópico (GTV-T), os gânglios linfáticos envolvidos (GTV-N) e toda a doença microscópica em risco nas regiões linfonodais inguinais, pélvicas e femorais (CTV-TN). O PTV é gerado com uma margem de 10-15 mm. Todos os órgãos de risco como o intestino delgado, reto, bexiga, útero e vagina devem ser delineados na TC de planejamento.
O volume alvo da segunda fase inclui todo o tumor primário macroscópico (GTV-T) e linfonodos envolvidos se presentes (GTV-N), com uma margem de 5-10 mm para o CTV. CTV-PTV margens de 5 mm permitem cobrir erros de posicionamento do paciente e set-up.
Técnica de RT
Recomenda-se o uso de IMRT baseado nos resultados do estudo RTOG 0529 que evidenciou uma redução nos efeitos colaterais gastrointestinais, geniturinários, hematológicos e dermatológicos, quando comparados aos efeitos colaterais observados no braço de RTQT concomitante com RT3D do estudo RTOG 98-11.
Doses de RT
Para tumores T1 uma dose de 45 Gy na pelve e tumor é sugerida. Para tumores T2, doses de 45 Gy na pelve e 54 Gy em 30 frações no tumor são recomendadas. Lesões T3-4 e linfonodos positivos, 45 Gy na pelve e recomenda-se uma dose final de 59,4 Gy no tumor ou linfonodo.