Estádios II-IV

Existe benefício em sobrevida global para o paclitaxel dose densa (semanal) quando associado a carboplatina a cada três semanas.

A indicação de tratamento adjuvante baseia-se no estudo de fase 3 japonês (Lancet Oncol 2013;14:1020-6), que comparou dois regime de QT: carboplatina AUC 6 EV + paclitaxel 180 mg/m2 ambos no D1 versus carboplatina AUC 6 EV no D1 + paclitaxel 80 mg/m2 EV no D1, D8 e D15, a cada 3 semanas por 6 ciclos. Foram randomizadas 637 pacientes e, após uma mediana de seguimento de mais de 6 anos, os resultados respectivos para QT a cada 3 semanas e QT semanal foram:

  • Sobrevida global: 100,5 versus 62,2 meses; (HR: 0,79; IC: 0,63-0,99; p = 0,039);
  • Sobrevida livre de progressão: 28,2 versus 17,5 meses; (HR: 0,76; IC: 0,62-0,91; p = 0,0037).

Carboplatina + doxorrubicina lipossomal é uma alternativa para pacientes que não aceitam alopecia durante o tratamento.

Uma alternativa para pacientes que não aceitam alopecia durante o tratamento seria a adjuvância com carboplatina + doxorrubicina lipossomal de acordo com os dados do estudo de fase 3 MITO-2 (Pignata S , et al. J Clin Oncol 2011;29:3628-35), que randomizou 820 pacientes para adjuvância com carboplatina AUC 5 EV + paclitaxel 175 mg/m2, ambos no D1, versus carboplatina AUC 5 EV + doxorrubicina lipossomal 30 mg/m2, ambos no D1, por 6 ciclos. Os resultado para carboplatina + paclitaxel e carboplatina + doxorrubicina lipossomal foram respectivamente:

  • Sobrevida global: 53,2 versus 61,6 meses (HR: 0,89; IC: 0,72-1,12; p = 0,32);
  • Sobrevida livre de progressão: 16,8 versus 19,0 meses (HR: 0,95; IC: 0,81-1,13; p = 0,58);
  • Este estudo mostrou semelhante eficácia entre carboplatina + doxorrubicina lipossomal e carboplatina + paclitaxel além de perfil de toxicidade diferente.

Recomendamos quimioterapia neoadjuvante para pacientes que não são candidatas a cirurgia citorredutora em um primeiro momento.

A indicação de quimioterapia neoadjuvante seguida por cirurgia de citorredução em pacientes que não são candidatos a cirurgia inicialmente (ascite; alta morbidade cirúrgica; carcinomatose por imagem) está respaldada no estudo de fase 3 do EORTC-GCG 55971 em associação com o NCIC (Canadá) (Vergote I, et al. N Engl J Med 2010;363:943-53). Esse estudo randomizou 670 pacientes para cirurgia citorredutora inicial seguida de quimioterapia adjuvante a base de platina por 6 ciclos versus quimioterapia neoadjuvante por 3 ciclos seguida por cirurgia de intervalo seguida por mais 3 ciclos de quimioterapia adjuvante. Os resultado respectivos foram:

  • Sobrevida global: 29 versus 30 meses (p = não significante);
  • Sobrevida livre de progressão: 12 versus 12 meses (p = não significante).

Nas pacientes em que foi impossível a citorredução primária ótima ou nas pacientes com EC IV, a adição de Bevacizumabe ao tratamento convencional de quimioterapia mostrou benefício em sobrevida livre de progressão.

O estudo GOG 218 (Burger RA, et al. N Engl J Med 2011;365:2473-83) foi um fase 3, duplo cego que randomizou 1873 pacientes para 3 braços de quimioterapia: Carboplatina + Paclitaxel por 6 ciclos (braço controle); Carboplatina + Paclitaxel + Bevacizumabe por 6 ciclos; Carboplatina + Paclitaxel + Bevacizumabe por 6 ciclos seguido de manutenção com Bevacizumabe. O resultado encontrado foi:

  • Ganho de sobrevida livre de progressão do braço com Bevacizumabe de manutenção em relação ao controle (14,1 versus 10,3 meses; HR: 0,71; IC: 0,62-0,82; p<0,001).

O estudo ICON-7 (Perren TJ, et al. N Engl J Med 2011;365:2484-96), foi um fase 3, que randomizou 1528 paciente para 2 braços de QT: Carboplatina + Paclitaxel por 6 ciclos (braço controle); Carboplatina + Paclitaxel por 6 ciclos + Bevacizumabe. Os resultados foram:

  • Ganho de sobrevida livre de progressão a favor do braço com Bevacizumabe (19,0 versus 17,3 meses; HR: 0,81; IC: 0,70-0,94; p=0,004);
  • Sobrevida Global nas pacientes de alto risco (EC IV ou EC III sem citorredução): 28,8 versus 36, meses; HR: 0,64; IC: 0,48-0,85; p=0,002).

Pacto Oncologia Clínica