A adição de QT em pacientes com câncer de endométrio estádio III resultou em aumento significativo da sobrevida global e da sobrevida livre de progressão de doença.
O benefício da adição de quimioterapia adjuvante em mulheres com carcinoma endometrial estádio III é baseado na metanálise (Galaal K et al. Cochrane Database Syst Rev, 2014 May 15; (5):CD010681) que incluiu pacientes de quatro estudos. Dois deles compararam quimioterapia versus radioterapia adjuvante (n = 620): o GOG 122, que comparou radioterapia versus quimioterapia (doxorrubicina/cisplatina) em mulheres com carcinoma endometrial estádios III/IV submetidas a citorredução, e o Maggi 2006, que comparou quimioterapia adjuvante com radioterapia externa pélvica em mulheres com carcinoma de endométrio (estádios IC G3- III) após 30 dias da cirurgia. Nessa análise, só foram incluídas as pacientes com estádio III, que representavam 64% da amostra. Em comparação com radioterapia, a administração de quimioterapia baseada em platina resultou em aumento significativo da sobrevida global (HR: 0,75; 95% CI 0,57-0,99) e da sobrevida livre de progressão de doença (HR 0,74; 95% CI 0,59-0,92).
A citorredução está indicada no câncer de endométrio mesmo em pacientes estádio IV.
A indicação de citorredução mesmo em pacientes com estádio IV baseia-se em estudo retrospectivo com 58 pacientes em que quatro grupos foram identificados: ausência de doença residual (9 pacientes); doença residual ≤ 1 cm (11 pacientes); doença residual > 1 cm (32 pacientes); pacientes que não receberam citorredução (6 pacientes). A sobrevida global mediana foi de 42,2 meses para ausência de doença residual, 19 meses para pacientes com qualquer doença residual e 2,2 meses para quem não recebeu cirurgia. Respectivamente, a sobrevida livre de progressão foi 40,3 meses, 11 meses e 2,2 meses (Shih KK et al. Gynecol Oncol 2011;122:608-11).